OS ANIMAIS NO PLANO ESPIRITUAL
Uma análise sobre como ocorre o processo evolutivo e reencarnatório no reino animal.
Por dra. Irvênia Prada
Por dra. Irvênia Prada
Na literatura espírita, encontramos com bastante freqüência alusões a figuras de animais no plano espiritual. Por exemplo, Hermínio C. Miranda, em Diálogo com as Sombras, descreve o "dirigente das trevas" como sendo visto quase sempre montado em animais. Brota imediatamente em nossa mente a pergunta: Qual a natureza desses animais?
Também André Luiz refere-se, em suas obras, a cães puxando espécies de "trenós" (livro Nosso Lar), aves de monstruosa configuração (Obreiros da Vida Eterna), e assim por diante.
Realmente, identificar a natureza dessas figuras de animais no plano espiritual não é tarefa fácil. Alguns casos são de mais direto entendimento.
Assim, em A Gênese lê-se que "o pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos dos quais tem o hábito de se servir; um avaro manejará o ouro..., um trabalhador o seu arado e seus bois... "
Esses bois, portanto, não são animais propriamente ditos, mas, criações fluídicas, formas-pensamento.
Em outras situações, em que são vistos animais ou sentido a sua presença, existe também a possibilidade de que sejam, mesmo, perispíritos de animais ou, se quisermos assim dizer, animais desencarnados.
Digo animais desencarnados mas, haveria ainda a hipótese de serem também animais encarnados, em "desdobramento" (viagem astral), estando então seu espírito e perispírito desprendidos do corpo físico, por exemplo, durante o sono. Mas, o espírito Alvaro esclareceu-nos, dentre muitas outras questões, que "os animais quando encarnados possuem raros desprendimentos espirituais, isso acontecendo apenas em casos de doenças, fase terminal da existência ou em casos excepcionais com a atuação dos espíritos, pois geralmente permanecem fortemente ligados à matéria". Esta possibilidade de explicação da presença de animais no plano espiritual, de modo particular os animais desencarnados, me parece lógica e portanto, aceitável.
O nosso prezado confrade Divaldo Pereira Franco contou-me, certa feita, que há alguns anos, esteve em determinada cidade brasileira, para uma conferência e, ao ser recebido na casa que iria hospedá-lo, assustou-se com um cachorro grande, que lhe pulou no peito. A anfitriã percebeu-lhe a reação:
- O que foi, Divaldo?
Foi o cachorro, mas está tudo bem!
Que cachorro, Divaldo, aqui não tem cachorro nenhum!
- Tem sim, esse pastor aí!
- Divaldo, eu tive um cão da raça pastor alemão, mas ele morreu há um ano e meio!
E Divaldo concluiu: - era um cão espiritual!
Segundo o meu entendimento, é possível e até muito provável que esse cão desencarnado ainda estivesse por ali, no ambiente doméstico que o acolheu por muitos anos, tendo sua presença sido detectada pela mediunidade de Divaldo Franco.
Não posso deixar de referir, novamente, a obra magnífica Os Animais tem Alma?, de Ernesto Bozzano, que recomendo para leitura e aprendizado sobre o assunto, porque dos 130 casos descritos, de manifestações metapsíquicas envolvendo animais, muitos estão inseridos nesta categoria de fenômenos, ou seja, em que animais, pela atuação de seu perispírito são vistos e ouvidos ou sentido sua presença.
Herculano Pires também comenta a respeito de "casos impressionantes de materialização de animais, em sessões experimentais", em seu livro Mediunidade. Vida e Comunicação, do que se presume que esses animais se encontravam previamente na dimensão espiritual.
Uma terceira possibilidade que vejo, em relação à presença de figuras animais no plano espiritual é a de perispíritos humanos se encontrarem metamorfoseados em formas animais, sem contudo, perderem a sua condição de espíritos humanos, é claro! E o fenômeno que se conhece com o nome de zoantropia (zôo = animal e antropos, do grego = homen), do qual uma variedade é a licantropia (tycos, do grego = lobo).
Temos o relato de um caso de licantropia no livro Libertação, de André Luiz. O obsessor, desencarnado, encontra a sua "vítima", uma mulher, e conhecendo-lhe a fragilidade sustentada por um complexo de culpa, passa a acusá-la cruelmente, e conclui " - A sentença está lavrada por si mesma! Não passa de uma loba, de uma loba, de uma loba... ". E assim, induzida hipnoticamente, sua própria mente vai comandando a metamorfose de seu perispírito que, aos poucos e gradativamente se modifica, assumindo por fim, a figura de uma loba. Diga-se de passagem, não foi o obsessor que diretamente transformou a sua figura humana, em loba. Foi ela mesma, ao aceitar a sugestão mental que partiu dele.
Afinidade e sintonia são o elementos básicos para o estabelecimento do "pensamento de aceitação ou adesão", conforme explica André Luiz em Mecanismos da Mediunidade.
E por falar em perispírito de animais, em A Evolução Anímica, Gabriel Delanne comenta (resumidamente), que na formação da criatura vivente, a vida não fornece como contingente senão a matéria irritável do protoplasma e nada se lhe encontra que indique o nascimento de um ser ou outro, de vez que a sua composição é sempre uma e única para todos. É o perispírito, que contém o desenho prévio e que conduzirá o novo organismo ao lugar na escala morfológica, segundo o grau de sua evolução.
A REENCARNAÇÃO
Em O Livro dos Espíritos, encontramos a seguinte questão que Kardec coloca aos espíritos: - O que é a alma (entenda-se humana) nos intervalos das encarnações?
R - "Espírito errante, que aspira a um novo destino e o espera".
Nas questões que se seguem, lemos também a expressão "estado errante".
Um dos significados da palavra errante, no dicionário de Caldas Aulete é "nômade, sem domicílio fixo", e de errar, é "vaguear" (errando ao acaso... ). Por sua vez, erraticidade, o mesmo que erratibilidade, quer dizer: "caráter do que é errático. (Espir.) Estado dos espíritos durante os intervalos de suas encarnações".
Bem, chegando aos animais, surge a natural curiosidade de se saber como o seu espírito se comporta na erraticidade, se é que para eles existe erraticidade.
No Livro dos Espíritos lemos "- A alma do animal, sobrevivendo ao corpo, fica num estado errante, como a do homem após a morte?
R - "Fica numa espécie de erraticidade, pois não está unida a um corpo. Mas não é um espírito errante. O espírito errante é um ser que pensa e age por sua livre vontade; o dos animais não tem a mesma faculdade. É a consciência de si mesmo que constitui o atributo principal do espírito. O espírito do animal é classificado após a morte, pelos espíritos incumbidos disso, e utilizado quase imediatamente: não dispõe de tempo para se por em relação com outras criaturas".
Bem, vamos por partes!
Algumas pessoas entendem, a partir desse texto, que os animais, assim que desencarnam, são prontamente reconduzidos à reencarnação.
A expressão "utilizado quase imediatamente" não necessariamente deve ter esse significado. O espírito do animal pode ser prontamente "utilizado "para uma infinidade de situações, dentre elas, inclusive, o reencarne, e então, em todas elas, "não dispõe de tempo para se por em relação com outras criaturas".
Entendo que os animais, sendo conduzidos por espíritos humanos, não dispõem de tempo livre, digamos assim, para se relacionarem com outras criaturas, ou fazer o que quiserem, a seu bel-prazer mas, sim da maneira como decidiram seus orientadores. Aliás, é o que sugere o texto em foco "O Espírito errante é um ser que pensa e age por sua livre vontade; o dos animais não tem a mesma faculdade".
Em O Livro dos Médiuns, Kardec trata da possibilidade da evocação de animais e pergunta aos espíritos: "- Pode-se evocar o Espírito de um animal?". R: "- O princípio inteligente, que animava um animal, fica em estado latente após a sua morte. Os espíritos encarregados deste trabalho, imediatamente o utilizam para animar outros seres, através das quais continuará o processo de sua elaboração. Assim, no mundo dos espíritos, não há espíritos errantes de animais, mas somente espíritos humanos..." Herculano Pires, tradutor da obra, faz a seguinte chamada em rodapé: Espíritos errantes são os que aguardavam nova encarnação terrena (humana) mesmo que já estejam bastante elevados. São errantes porque estão na erraticidade, não se tendo fixado ainda em plano superior. Os espíritos de animais, mesmo dos animais superiores, não tem essa condição. Ler na Revista Espírita n° 7 de julho/ 1860, as comunicações do espírito Charlet e a crítica de Kardec a respeito.
Apesar da colocação dos espíritos ter sido taxativa, de que não há espíritos errantes de animais, os fatos falam ao contrário. Se assim fosse, isto é, se não existissem animais (desencarnados) no plano espiritual, como explicaríamos tantos relatos? Como explicaríamos a existência dos chamados "espíritos da natureza?".
Ernesto Bozzano, em Os animais têm alma? refere, dentre os 130 casos de fenômenos supranormais com animais, dezenas de episódios com aparição de bichos em lugares assombrados, com materialização e visão com identificação de fantasmas de animais mortos.
Novamente, em O Livro dos Espíritos, lemos "Nos mundos superiores, a reencarnação é quase imediata". Se é assim a reencarnação dos espíritos mais evoluídos, seria até de se esperar que os espíritos de animais, sendo mais primitivos, demorassem mais tempo para voltar à matéria. Entretanto, nada conheço de conclusivo sobre esta questão.
ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL
Muito mais do que supomos, os animais são assistidos em seu desencarne por espíritos zoófilos que os recebem no plano espiritual e cuidam deles.
Notícias pela Folha Espírita (dez. 1992) nos dão conta de que Konrad Lorenz - zoólogo e sociólogo austríaco, nascido em 1903 -, o pai da Etologia (ciência do comportamento animal, que enfoca também aspectos do comportamento humano a ele eventualmente vinculados) continua trabalhando, no plano espiritual, recebendo com carinho e atenção, animais desencarnados.
Também temos informações que nos foram transmitidas, pelo espírito Álvaro, de que há vários tipos de atendimento para os animais desencarnados, dependendo da situação, especialmente para os casos de morte brusca ou violenta, possibilitando melhor recuperação de seu perispírito. Existem ainda instalações e construções adequadas para o atendimento das diferentes necessidades, onde os animais são tratados.
Tendo sido perguntado se os animais têm "anjo da guarda", Álvaro respondeu que sim; alguns espíritos cuidam de grupos de animais e, à medida que eles vão evoluindo, o atendimento vai tendendo à individualização.
Concluindo, podemos dizer que para os animais é discutível se existe o estado errante ou de erraticidade. Eu, particularmente, estou propensa a aceitar que esse estado existe, sim, para os animais, se o entendermos como "o estado dos espíritos durante os intervalos das encarnações".
Se esses intervalos são curtos ou longos, não se sabe exatamente. Penso que existem situações das mais variadas possíveis, face à grandeza da biodiversidade animal, devendo, portanto, acontecer tanto reencarnes imediatos, quanto mais ou menos tardios.
Por outro lado, existe ainda, a consideração feita de que o espírito errante pensa e age por sua livre vontade, além de ter consciência de si mesmo, o que não aconteceria em relação aos animais.
Mas, isso não aconteceria até mesmo com espíritos humanos em determinadas e graves condições de alienação mental, como é o caso dos "ovóides", a exemplo do que refere André Luiz, no livro Libertação.
A rigor, nesta abordagem, teríamos que condicionar o conceito de erraticidade, não apenas ao fato do espírito (humano ou animal) estar desencarnado - vivenciando, portanto, o intervalo entre duas encarnações - como também às suas condições mentais do momento.
Quanto ao reencarne dos animais, perguntou-se ao espírito Álvaro se os animais estabelecem laços duradouros entre si." - Sim, existe uma atração entre os animais, tanto naqueles que formam grupos como naqueles que reencarnam domesticados. Procuramos colocar juntos espíritos que já conviveram, o que facilita o aparecimento e a elaboração de sentimentos".
E qual é a finalidade da reencarnação para os animais? Conforme os espíritos da codificação, a finalidade é sempre a da oportunidade de progresso.
Extraído do livro: A questão espiritual dos animais
TODOS OS ANIMAIS MERECEM O CÉU
Este foi o título escolhido pelo autor e veterinário Marcel Benedeti para o livro que relata a reencarnação dos animais, a eutanásia, o sofrimento como forma de evolução desses seres, a existência de colônias que cuidam dos animais no plano espiritual e outras questões importantes.
A obra foi uma das premiadas no Concurso Literário Espírita João Castardelli 2003-2004, promovido pela Fundação Espírita André Luiz. Esse foi o primeiro livro do autor que se especializou em homeopatia para animais e conheceu a doutrina espírita na época em que cursava a faculdade, apesar de sua mediunidade ter se manifestado muito antes desse período. Marcel relata que quando trabalhava em uma livraria e se preparava para prestar vestibular, em um dia de pouco movimento, foi para a parte de baixo da loja estudar e notou que estava sendo observado por um senhor. Resolveu perguntar se o senhor desejava alguma coisa e ele lhe respondeu que só estava achando interessante ele estudar, então explicou que queria passar no vestibular de veterinária e o velhinho disse que não se preocupasse porque passaria. Previu também outros fatos que aconteceriam.
Em seguida se despediu dizendo que se veriam depois. Após alguns instantes comentou com seu colega de trabalho que tinha achado aquele homem esquisito por fazer previsões do futuro. O colega disse que não havia entrado ninguém na livraria, foi então que se deu conta de que se tratava de um espírito. Este mais tarde é que lhe ditaria o livro.
O tema da obra fez tanto sucesso que se transformou também em programa de rádio. Nossos irmãos animais vai ao ar toda quarta-feira, às 13h na Rede Boa Nova. Com apresentação de Ana Gaspar, Maria Tereza Soberanski e Marnel Benedeti.
Como o livro foi escrito?
Escrevi o livro em menos de um mês, durante os intervalos das consultas, mas o espírito que ditou não quis se identificar.
As cenas foram surgindo em uma tela mental e ao mesmo tempo um espírito narrava os episódios. Outras vezes, não havia imagem, apenas a narrativa; nesses momentos se tornava mais difícil. Apesar de achar o livro maravilhoso, não acreditava que alguma editora pudesse se interessar pelo assunto. Mas certo dia estava ouvindo a rádio Boa Nova quando anunciaram o concurso literário espírita. Resolvi participar e acabei ganhando o concurso 2003-2004 e editando o livro pela editora Mundo Maior.
O que o livro acrescentar para os veterinários e pessoas que possuem animais?
Se as pessoas não tiverem a visão espiritual em relação aos animais, que eles tem espírito e sentimentos vão continuar tratando esses seres como objetos, como era há pouco tempo atrás. Essa onda de conscientização é recente.
Entramos na questão também de comer carne; cada um tem que perceber o que está fazendo. Eu mesmo comia carne e parei para pensar porque comia, se meu corpo recusava, me fazia mal... Mas quando comecei a lembrar as descrições feitas no livro a respeito do matadouro, passei a sentir repugnância da carne.
Sendo veterinário e espírita, como analisa a questão da eutanásia?
O ser humano tem o carma, o animal não. O animal tem consciência, mas muito mais restrita, em relação ao ser humano. Ele segue muito mais os seus instintos.
Então, como não tem carma, a eutanásia deve ser o último recurso utilizado; o veterinário deve fazer todo o possível para salvá-lo.
Se o animal estiver sofrendo muito e não existir outra maneira, o plano espiritual não condena, porque é um aprendizado tanto para o animal quanto para o dono que precisa tomar a decisão.
Os animais reencarnam?
Há um capítulo no livro que explica como ocorre a reencarnação dos animais. Este descreve que cada espécie de animal leva um tempo para reencarnar, mas por possuírem o livre-arbítrio ainda muito restrito, uma comissão avalia as fichas dos animais e estabelece o ambiente que deverão nascer e a espécie.
Como o conhecimento espiritual pode ajudar o veterinário no trato com os animais?
O veterinário, em geral, por natureza, mesmo não sabendo já é espiritualizado, pelo fato de gostar de animais e querer salvar a vida deles. Quando o veterinário adquire consciência de que o animal não é um objeto e sim um ser espiritual, que possui inteligência e sentimento, muda o seu ponto de visa, passa a enxergar os fatos de uma forma mais ampla. Com certeza se mais veterinários tivessem um conhecimento espiritual, o tratamento em relação aos animais seria melhor.
Como é aplicada a homeopatia para animais?
No Brasil, a homeopatia ainda é pouco aplicada nos animais porque muitos acham que não funciona. Só utilizo a homeopatia quando o dono do animal permite e, em casos mais graves, a homeopatia entra como terapia complementar, porque demora um pouco mais para trazer resultado e alguns casos são urgentes.
O uso da homeopatia é igual tanto para pessoas quanto para animais. A única diferença é que o animal não fala, então o dono precisa ser um bom observador para relatar a personalidade do animal para o veterinário, e muitas vezes, não possui as informações necessárias para um diagnóstico mais preciso.
Pergunto, por exemplo, se o animal gosta de quente ou frio, do verão ou do inverno, a posição em que dorme, entre outras perguntas do gênero.
Tive o caso, de um gato com câncer e que em decorrência da doença estava com o rosto deformado. Como tratamento ele melhorou 70%. Só não foi melhor porque esse gato saia e demorava a voltar e com isso interrompia o tratamento.
Cuidei também de um cachorro com problema de comportamento muito; agressivo. O animal, depois de 10 dias, parecia outro, muito mais calmo. Utilizo também florais para animais em casos emocionais. Se nós equilibramos emocional, o organismo ganha condições combater as bactérias.
E os próximos livros?
Já tenho na editora outro livro em análise que tem o título: Todos os animais são nossos irmãos. E já estou escrevendo o terceiro. Pelas informações que recebi do plano espiritual, serão seis livros.
Entrevista realizada por Érika Silveira
(Extraído da Revista Cristã de espiritismo nº 29, páginas 54-59)
Também André Luiz refere-se, em suas obras, a cães puxando espécies de "trenós" (livro Nosso Lar), aves de monstruosa configuração (Obreiros da Vida Eterna), e assim por diante.
Realmente, identificar a natureza dessas figuras de animais no plano espiritual não é tarefa fácil. Alguns casos são de mais direto entendimento.
Assim, em A Gênese lê-se que "o pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos dos quais tem o hábito de se servir; um avaro manejará o ouro..., um trabalhador o seu arado e seus bois... "
Esses bois, portanto, não são animais propriamente ditos, mas, criações fluídicas, formas-pensamento.
Em outras situações, em que são vistos animais ou sentido a sua presença, existe também a possibilidade de que sejam, mesmo, perispíritos de animais ou, se quisermos assim dizer, animais desencarnados.
Digo animais desencarnados mas, haveria ainda a hipótese de serem também animais encarnados, em "desdobramento" (viagem astral), estando então seu espírito e perispírito desprendidos do corpo físico, por exemplo, durante o sono. Mas, o espírito Alvaro esclareceu-nos, dentre muitas outras questões, que "os animais quando encarnados possuem raros desprendimentos espirituais, isso acontecendo apenas em casos de doenças, fase terminal da existência ou em casos excepcionais com a atuação dos espíritos, pois geralmente permanecem fortemente ligados à matéria". Esta possibilidade de explicação da presença de animais no plano espiritual, de modo particular os animais desencarnados, me parece lógica e portanto, aceitável.
O nosso prezado confrade Divaldo Pereira Franco contou-me, certa feita, que há alguns anos, esteve em determinada cidade brasileira, para uma conferência e, ao ser recebido na casa que iria hospedá-lo, assustou-se com um cachorro grande, que lhe pulou no peito. A anfitriã percebeu-lhe a reação:
- O que foi, Divaldo?
Foi o cachorro, mas está tudo bem!
Que cachorro, Divaldo, aqui não tem cachorro nenhum!
- Tem sim, esse pastor aí!
- Divaldo, eu tive um cão da raça pastor alemão, mas ele morreu há um ano e meio!
E Divaldo concluiu: - era um cão espiritual!
Segundo o meu entendimento, é possível e até muito provável que esse cão desencarnado ainda estivesse por ali, no ambiente doméstico que o acolheu por muitos anos, tendo sua presença sido detectada pela mediunidade de Divaldo Franco.
Não posso deixar de referir, novamente, a obra magnífica Os Animais tem Alma?, de Ernesto Bozzano, que recomendo para leitura e aprendizado sobre o assunto, porque dos 130 casos descritos, de manifestações metapsíquicas envolvendo animais, muitos estão inseridos nesta categoria de fenômenos, ou seja, em que animais, pela atuação de seu perispírito são vistos e ouvidos ou sentido sua presença.
Herculano Pires também comenta a respeito de "casos impressionantes de materialização de animais, em sessões experimentais", em seu livro Mediunidade. Vida e Comunicação, do que se presume que esses animais se encontravam previamente na dimensão espiritual.
Uma terceira possibilidade que vejo, em relação à presença de figuras animais no plano espiritual é a de perispíritos humanos se encontrarem metamorfoseados em formas animais, sem contudo, perderem a sua condição de espíritos humanos, é claro! E o fenômeno que se conhece com o nome de zoantropia (zôo = animal e antropos, do grego = homen), do qual uma variedade é a licantropia (tycos, do grego = lobo).
Temos o relato de um caso de licantropia no livro Libertação, de André Luiz. O obsessor, desencarnado, encontra a sua "vítima", uma mulher, e conhecendo-lhe a fragilidade sustentada por um complexo de culpa, passa a acusá-la cruelmente, e conclui " - A sentença está lavrada por si mesma! Não passa de uma loba, de uma loba, de uma loba... ". E assim, induzida hipnoticamente, sua própria mente vai comandando a metamorfose de seu perispírito que, aos poucos e gradativamente se modifica, assumindo por fim, a figura de uma loba. Diga-se de passagem, não foi o obsessor que diretamente transformou a sua figura humana, em loba. Foi ela mesma, ao aceitar a sugestão mental que partiu dele.
Afinidade e sintonia são o elementos básicos para o estabelecimento do "pensamento de aceitação ou adesão", conforme explica André Luiz em Mecanismos da Mediunidade.
E por falar em perispírito de animais, em A Evolução Anímica, Gabriel Delanne comenta (resumidamente), que na formação da criatura vivente, a vida não fornece como contingente senão a matéria irritável do protoplasma e nada se lhe encontra que indique o nascimento de um ser ou outro, de vez que a sua composição é sempre uma e única para todos. É o perispírito, que contém o desenho prévio e que conduzirá o novo organismo ao lugar na escala morfológica, segundo o grau de sua evolução.
A REENCARNAÇÃO
Em O Livro dos Espíritos, encontramos a seguinte questão que Kardec coloca aos espíritos: - O que é a alma (entenda-se humana) nos intervalos das encarnações?
R - "Espírito errante, que aspira a um novo destino e o espera".
Nas questões que se seguem, lemos também a expressão "estado errante".
Um dos significados da palavra errante, no dicionário de Caldas Aulete é "nômade, sem domicílio fixo", e de errar, é "vaguear" (errando ao acaso... ). Por sua vez, erraticidade, o mesmo que erratibilidade, quer dizer: "caráter do que é errático. (Espir.) Estado dos espíritos durante os intervalos de suas encarnações".
Bem, chegando aos animais, surge a natural curiosidade de se saber como o seu espírito se comporta na erraticidade, se é que para eles existe erraticidade.
No Livro dos Espíritos lemos "- A alma do animal, sobrevivendo ao corpo, fica num estado errante, como a do homem após a morte?
R - "Fica numa espécie de erraticidade, pois não está unida a um corpo. Mas não é um espírito errante. O espírito errante é um ser que pensa e age por sua livre vontade; o dos animais não tem a mesma faculdade. É a consciência de si mesmo que constitui o atributo principal do espírito. O espírito do animal é classificado após a morte, pelos espíritos incumbidos disso, e utilizado quase imediatamente: não dispõe de tempo para se por em relação com outras criaturas".
Bem, vamos por partes!
Algumas pessoas entendem, a partir desse texto, que os animais, assim que desencarnam, são prontamente reconduzidos à reencarnação.
A expressão "utilizado quase imediatamente" não necessariamente deve ter esse significado. O espírito do animal pode ser prontamente "utilizado "para uma infinidade de situações, dentre elas, inclusive, o reencarne, e então, em todas elas, "não dispõe de tempo para se por em relação com outras criaturas".
Entendo que os animais, sendo conduzidos por espíritos humanos, não dispõem de tempo livre, digamos assim, para se relacionarem com outras criaturas, ou fazer o que quiserem, a seu bel-prazer mas, sim da maneira como decidiram seus orientadores. Aliás, é o que sugere o texto em foco "O Espírito errante é um ser que pensa e age por sua livre vontade; o dos animais não tem a mesma faculdade".
Em O Livro dos Médiuns, Kardec trata da possibilidade da evocação de animais e pergunta aos espíritos: "- Pode-se evocar o Espírito de um animal?". R: "- O princípio inteligente, que animava um animal, fica em estado latente após a sua morte. Os espíritos encarregados deste trabalho, imediatamente o utilizam para animar outros seres, através das quais continuará o processo de sua elaboração. Assim, no mundo dos espíritos, não há espíritos errantes de animais, mas somente espíritos humanos..." Herculano Pires, tradutor da obra, faz a seguinte chamada em rodapé: Espíritos errantes são os que aguardavam nova encarnação terrena (humana) mesmo que já estejam bastante elevados. São errantes porque estão na erraticidade, não se tendo fixado ainda em plano superior. Os espíritos de animais, mesmo dos animais superiores, não tem essa condição. Ler na Revista Espírita n° 7 de julho/ 1860, as comunicações do espírito Charlet e a crítica de Kardec a respeito.
Apesar da colocação dos espíritos ter sido taxativa, de que não há espíritos errantes de animais, os fatos falam ao contrário. Se assim fosse, isto é, se não existissem animais (desencarnados) no plano espiritual, como explicaríamos tantos relatos? Como explicaríamos a existência dos chamados "espíritos da natureza?".
Ernesto Bozzano, em Os animais têm alma? refere, dentre os 130 casos de fenômenos supranormais com animais, dezenas de episódios com aparição de bichos em lugares assombrados, com materialização e visão com identificação de fantasmas de animais mortos.
Novamente, em O Livro dos Espíritos, lemos "Nos mundos superiores, a reencarnação é quase imediata". Se é assim a reencarnação dos espíritos mais evoluídos, seria até de se esperar que os espíritos de animais, sendo mais primitivos, demorassem mais tempo para voltar à matéria. Entretanto, nada conheço de conclusivo sobre esta questão.
ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL
Muito mais do que supomos, os animais são assistidos em seu desencarne por espíritos zoófilos que os recebem no plano espiritual e cuidam deles.
Notícias pela Folha Espírita (dez. 1992) nos dão conta de que Konrad Lorenz - zoólogo e sociólogo austríaco, nascido em 1903 -, o pai da Etologia (ciência do comportamento animal, que enfoca também aspectos do comportamento humano a ele eventualmente vinculados) continua trabalhando, no plano espiritual, recebendo com carinho e atenção, animais desencarnados.
Também temos informações que nos foram transmitidas, pelo espírito Álvaro, de que há vários tipos de atendimento para os animais desencarnados, dependendo da situação, especialmente para os casos de morte brusca ou violenta, possibilitando melhor recuperação de seu perispírito. Existem ainda instalações e construções adequadas para o atendimento das diferentes necessidades, onde os animais são tratados.
Tendo sido perguntado se os animais têm "anjo da guarda", Álvaro respondeu que sim; alguns espíritos cuidam de grupos de animais e, à medida que eles vão evoluindo, o atendimento vai tendendo à individualização.
Concluindo, podemos dizer que para os animais é discutível se existe o estado errante ou de erraticidade. Eu, particularmente, estou propensa a aceitar que esse estado existe, sim, para os animais, se o entendermos como "o estado dos espíritos durante os intervalos das encarnações".
Se esses intervalos são curtos ou longos, não se sabe exatamente. Penso que existem situações das mais variadas possíveis, face à grandeza da biodiversidade animal, devendo, portanto, acontecer tanto reencarnes imediatos, quanto mais ou menos tardios.
Por outro lado, existe ainda, a consideração feita de que o espírito errante pensa e age por sua livre vontade, além de ter consciência de si mesmo, o que não aconteceria em relação aos animais.
Mas, isso não aconteceria até mesmo com espíritos humanos em determinadas e graves condições de alienação mental, como é o caso dos "ovóides", a exemplo do que refere André Luiz, no livro Libertação.
A rigor, nesta abordagem, teríamos que condicionar o conceito de erraticidade, não apenas ao fato do espírito (humano ou animal) estar desencarnado - vivenciando, portanto, o intervalo entre duas encarnações - como também às suas condições mentais do momento.
Quanto ao reencarne dos animais, perguntou-se ao espírito Álvaro se os animais estabelecem laços duradouros entre si." - Sim, existe uma atração entre os animais, tanto naqueles que formam grupos como naqueles que reencarnam domesticados. Procuramos colocar juntos espíritos que já conviveram, o que facilita o aparecimento e a elaboração de sentimentos".
E qual é a finalidade da reencarnação para os animais? Conforme os espíritos da codificação, a finalidade é sempre a da oportunidade de progresso.
Extraído do livro: A questão espiritual dos animais
TODOS OS ANIMAIS MERECEM O CÉU
Este foi o título escolhido pelo autor e veterinário Marcel Benedeti para o livro que relata a reencarnação dos animais, a eutanásia, o sofrimento como forma de evolução desses seres, a existência de colônias que cuidam dos animais no plano espiritual e outras questões importantes.
A obra foi uma das premiadas no Concurso Literário Espírita João Castardelli 2003-2004, promovido pela Fundação Espírita André Luiz. Esse foi o primeiro livro do autor que se especializou em homeopatia para animais e conheceu a doutrina espírita na época em que cursava a faculdade, apesar de sua mediunidade ter se manifestado muito antes desse período. Marcel relata que quando trabalhava em uma livraria e se preparava para prestar vestibular, em um dia de pouco movimento, foi para a parte de baixo da loja estudar e notou que estava sendo observado por um senhor. Resolveu perguntar se o senhor desejava alguma coisa e ele lhe respondeu que só estava achando interessante ele estudar, então explicou que queria passar no vestibular de veterinária e o velhinho disse que não se preocupasse porque passaria. Previu também outros fatos que aconteceriam.
Em seguida se despediu dizendo que se veriam depois. Após alguns instantes comentou com seu colega de trabalho que tinha achado aquele homem esquisito por fazer previsões do futuro. O colega disse que não havia entrado ninguém na livraria, foi então que se deu conta de que se tratava de um espírito. Este mais tarde é que lhe ditaria o livro.
O tema da obra fez tanto sucesso que se transformou também em programa de rádio. Nossos irmãos animais vai ao ar toda quarta-feira, às 13h na Rede Boa Nova. Com apresentação de Ana Gaspar, Maria Tereza Soberanski e Marnel Benedeti.
Como o livro foi escrito?
Escrevi o livro em menos de um mês, durante os intervalos das consultas, mas o espírito que ditou não quis se identificar.
As cenas foram surgindo em uma tela mental e ao mesmo tempo um espírito narrava os episódios. Outras vezes, não havia imagem, apenas a narrativa; nesses momentos se tornava mais difícil. Apesar de achar o livro maravilhoso, não acreditava que alguma editora pudesse se interessar pelo assunto. Mas certo dia estava ouvindo a rádio Boa Nova quando anunciaram o concurso literário espírita. Resolvi participar e acabei ganhando o concurso 2003-2004 e editando o livro pela editora Mundo Maior.
O que o livro acrescentar para os veterinários e pessoas que possuem animais?
Se as pessoas não tiverem a visão espiritual em relação aos animais, que eles tem espírito e sentimentos vão continuar tratando esses seres como objetos, como era há pouco tempo atrás. Essa onda de conscientização é recente.
Entramos na questão também de comer carne; cada um tem que perceber o que está fazendo. Eu mesmo comia carne e parei para pensar porque comia, se meu corpo recusava, me fazia mal... Mas quando comecei a lembrar as descrições feitas no livro a respeito do matadouro, passei a sentir repugnância da carne.
Sendo veterinário e espírita, como analisa a questão da eutanásia?
O ser humano tem o carma, o animal não. O animal tem consciência, mas muito mais restrita, em relação ao ser humano. Ele segue muito mais os seus instintos.
Então, como não tem carma, a eutanásia deve ser o último recurso utilizado; o veterinário deve fazer todo o possível para salvá-lo.
Se o animal estiver sofrendo muito e não existir outra maneira, o plano espiritual não condena, porque é um aprendizado tanto para o animal quanto para o dono que precisa tomar a decisão.
Os animais reencarnam?
Há um capítulo no livro que explica como ocorre a reencarnação dos animais. Este descreve que cada espécie de animal leva um tempo para reencarnar, mas por possuírem o livre-arbítrio ainda muito restrito, uma comissão avalia as fichas dos animais e estabelece o ambiente que deverão nascer e a espécie.
Como o conhecimento espiritual pode ajudar o veterinário no trato com os animais?
O veterinário, em geral, por natureza, mesmo não sabendo já é espiritualizado, pelo fato de gostar de animais e querer salvar a vida deles. Quando o veterinário adquire consciência de que o animal não é um objeto e sim um ser espiritual, que possui inteligência e sentimento, muda o seu ponto de visa, passa a enxergar os fatos de uma forma mais ampla. Com certeza se mais veterinários tivessem um conhecimento espiritual, o tratamento em relação aos animais seria melhor.
Como é aplicada a homeopatia para animais?
No Brasil, a homeopatia ainda é pouco aplicada nos animais porque muitos acham que não funciona. Só utilizo a homeopatia quando o dono do animal permite e, em casos mais graves, a homeopatia entra como terapia complementar, porque demora um pouco mais para trazer resultado e alguns casos são urgentes.
O uso da homeopatia é igual tanto para pessoas quanto para animais. A única diferença é que o animal não fala, então o dono precisa ser um bom observador para relatar a personalidade do animal para o veterinário, e muitas vezes, não possui as informações necessárias para um diagnóstico mais preciso.
Pergunto, por exemplo, se o animal gosta de quente ou frio, do verão ou do inverno, a posição em que dorme, entre outras perguntas do gênero.
Tive o caso, de um gato com câncer e que em decorrência da doença estava com o rosto deformado. Como tratamento ele melhorou 70%. Só não foi melhor porque esse gato saia e demorava a voltar e com isso interrompia o tratamento.
Cuidei também de um cachorro com problema de comportamento muito; agressivo. O animal, depois de 10 dias, parecia outro, muito mais calmo. Utilizo também florais para animais em casos emocionais. Se nós equilibramos emocional, o organismo ganha condições combater as bactérias.
E os próximos livros?
Já tenho na editora outro livro em análise que tem o título: Todos os animais são nossos irmãos. E já estou escrevendo o terceiro. Pelas informações que recebi do plano espiritual, serão seis livros.
Entrevista realizada por Érika Silveira
(Extraído da Revista Cristã de espiritismo nº 29, páginas 54-59)
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ANIMALS AT THE SPIRITUAL
An analysis of the evolutionary process as it occurs in the animal kingdom and reincarnation.
By dr. Irvênia Prada
Spiritualist literature, we found quite frequently allusions to animal figures in the spiritual realm. For example, Herminio C. Miranda, in dialogue with the Shadows, describes the "leader of darkness" as often seen mounted on animals. Immediately springs to mind the question: What is the nature of these animals?
André Luiz also refers in his works, the dogs pulling species "sleds" (book Astral), birds of monstrous setting (Workers of Eternal Life), and so on.
Indeed, identifying the nature of these animal figures in the spiritual is no easy task. Some cases are more direct understanding.
Thus, in Genesis we read that "the thought of the Spirit fluidly creates objects of which are in the habit of serving, a miser will handle the gold ... a worker his plow and his oxen ..."
These oxen, so there are animals themselves, but creations fluidic thought forms.
In other situations, which are seen in animals or sense their presence, the possibility also exists that they are even perispirits or animal, so if we say disembodied animals.
I mean animals disembodied but there would still be the possibility of animals also embodied in "unfolding" (astral travel), being then his spirit and perisprit detached from the physical body, for example, during sleep. But the spirit Alvaro pointed us, among many other issues, that "animals have rare detachment when incarnated spiritual, this happening only in cases of illness, terminal stage of existence or in exceptional cases with the action of spirits, because they generally remain strongly linked to the matter. " This possible explanation of the presence of animals on the spiritual plane, particularly animals disembodied, seems logical, therefore, acceptable.
Our esteemed colleague Divaldo Franco told me, some made, some years ago, was determined in the Brazilian city for a conference, and to be received in the house that would host it, frightened by a large dog, which jumped him in the chest. The hostess noticed her reaction:
- What was Divaldo?
It was the dog, but it's okay!
That dog, Divaldo here has no dog!
- Yes, it does, this pastor there!
- Divaldo, I had a German Shepherd dog breed, but he died a year and a half!
And Divaldo concluded - was a spiritual dog!
According to my understanding, it is possible and even likely that this disembodied dog was still there, in the household that welcomed by many years, and its presence was detected by mediumship Divaldo Franco.
I must mention again the magnificent work of Animals have soul?, Ernesto Bozzano, I recommend reading and learning about it, because the 130 cases reported, metapsychic demonstrations involving animals, many are included in this category of phenomena , ie, in which animals, by the action of his perisprit are seen and heard or felt its presence.
Herculano Pires also comments about "striking cases of materialization of animals in experimental sessions" in his book Mediumship. Life and Communication, than is commonly assumed that these animals were previously in the spiritual dimension.
A third possibility I see, in relation to the presence of animal figures in the spiritual is to meet human perispirits metamorphosed into animal forms, without, however, losing their status as human spirits, of course! And the phenomenon is known with the name zoanthropy (= zoo animals and anthropos, the Greek man =), which is a variety lycanthropy (Tycos, Greek = wolf).
We report a case of lycanthropy in the book Liberation by André Luiz. The obsessive, disembodied, finds his "victim", a woman, and knowing his weakness sustained by a guilt complex, going to accuse her cruelly, and concludes "- The sentence is drawn by itself! Not merely a wolf, a wolf, a wolf ... ". And so, hypnotically induced, your own mind will commanding the metamorphosis of his perisprit that slowly and gradually changes, eventually assuming the figure of a wolf. Say by the way, was not obsessing that directly transformed her figure in wolf. Was herself, to accept the suggestion that left him mentally.
Affinity and harmony are the basic elements for establishing the "thought of acceptance or accession", explains André Luiz in Mechanisms of Mediumship.
And speaking of animals perisprit in Evolution Animic, Gabriel Delanne comments (briefly) that the formation of the living creature, life does not provide as contingent matter but irritable protoplasm and if you find anything that indicates the birth of a being or other, since their composition is always one and one for all. Is perisprit, which contains the previous design and will lead the new body to the place in morphological scale according to the degree of its evolution.
The Reincarnation
In The Spirits' Book, we find the following question posed to Kardec spirits: - What is the soul (meaning human) in the intervals between incarnations?
R - "Wandering Spirit, who aspires to a new destination and wait."
In the questions that follow, we also read the expression "state wandering".
One meaning of the word wandering in Caldas Aulete dictionary is "nomadic homeless", and wrong, is "wandering" (missing at random ...). Turn erratic, the same as erratibilidade, means "character that is erratic. (Espir.) State of spirits during the intervals of his incarnations."
Well, coming to animals, comes the natural curiosity to know how your mind behaves in erratic, if it exists for them erratic.
We read in the Book of Spirits "- The soul of the animal, surviving the body is in a state of wandering, as the man after death?
R - "It's a kind of spiritual world, because it is not attached to a body. But there is a wandering spirit. The wandering spirit is a being who thinks and acts in its sole discretion, the animal does not have the same option. Is self-consciousness which is the main attribute of the spirit.'s spirit animal is classified after death, the spirits entrusted it, and used almost immediately: do not have time to apply in relation to other creatures. "
Well, let's go party!
Some people understand, from this text, that the animals, so disembody are promptly brought back to reincarnation.
The expression "used almost immediately" does not necessarily have this meaning. The spirit of the animal can readily be "used" for a multitude of situations, among them, including the reincarnate, and then all of them, "do not have time to apply in relation to other creatures."
I understand that animals, being driven by human spirits, lack of free time, so to speak, to relate to other creatures, or do whatever they want, at their own pleasure, but rather the way decided their advisors. Incidentally, is suggesting the hover text "The Wandering Spirit is a being who thinks and acts in its sole discretion, the animal does not have the same option."
In The Mediums' Book, Allan Kardec is the possibility of evoking spirits animals and asks: "- can evoke the spirit of an animal?". R: "- The intelligent principle, which animated an animal is in a latent state after his death. Spirits charge of this work, immediately use to animate other beings, through which continue the process of its preparation. Thus the world of spirits, no wandering spirits of animals, but only human spirits ... " Herculano Pires, translator of the work, makes the following call in the footer: wandering spirits are awaiting new earthly incarnation (human) even if they are already quite high. Because they are wandering in the spiritual world, and has not set in yet higher plane. The spirits of animals, even the higher animals, do not have this condition. Read the Spiritist Magazine No. 7 July / 1860 communications spirit Charlet and criticism about Kardec.
Despite the placement of spirits have been exhaustive, there are no wandering spirits of animals, the facts speak otherwise. If so, that is, if there were no animals (disembodied) in the spiritual, as we explain so many reports? How do we explain the existence of so-called "spirits of nature?".
Ernesto Bozzano in animals have souls? refers, among 130 cases of supernormal phenomena with animals, dozens of episodes with appearance of animals in haunted places, with a view to identifying and materialization of ghosts of dead animals.
Again, in The Spirits' Book, we read "In the higher worlds, reincarnation is almost immediate." If so is the reincarnation of spirits more evolved, it would even be expected that the spirits of animals, being more primitive, took longer time to return to the matter. However, I know nothing conclusive on this issue.
SPIRITUAL ASSISTANCE
Much more than we suppose, the animals are assisted in their disembodied spirits for zoophiles who receive them in the spirit and care for them.
News by Spiritist Sheet (Dec. 1992) we realize that Konrad Lorenz - Austrian zoologist and sociologist, born in 1903 - the father of ethology (the science of animal behavior, which also focuses on aspects of human behavior may be linked to it) continues working in the spiritual, receiving with love and attention, disembodied animals.
We also have information passed on to us by the spirit Alvaro, that there are several types of care for animals disembodied, depending on the situation, especially in cases of sudden or violent death, allowing better recovery of their perisprit. There are also buildings and facilities adequate to meet the different needs, where animals are treated.
Having been asked whether animals have "guardian angel," Alvaro said yes, some spirits take care of groups of animals, and as they evolve, the service will tend to individualization.
In conclusion, we can say that for animals is debatable whether there is a state of wandering or erratic. I am particularly prone to accept that this state exists, yes, for the animals, if we understand as "the state of spirits during the intervals of incarnations."
If these intervals are short or long, it is not known exactly. I think there are a variety of possible situations, given the magnitude of animal biodiversity, and must therefore happen either reencarnes immediate, the more or less late.
On the other hand, there is also the consideration that made the wandering spirit thinks and acts in its sole discretion, in addition to self-awareness, which does not happen in relation to animals.
But this does not happen even with human spirits in certain conditions and severe mental alienation, as is the case of "ovoid", an example of which relates André Luiz in the book Liberation.
Strictly speaking, this approach would have to condition the concept of spiritual world, not only because of the spirit (human or animal) being disembodied - experiencing, so the interval between two incarnations - as well as their mental conditions at the time.
As for the reincarnation of animals, wondered if the spirit Álvaro animals establish lasting bonds with each other. "- Yes, there is an attraction between animals, both those that form groups as those who reincarnate domesticated. Tried to put together the spirits who have lived , which facilitates the emergence and development of feelings. "
And what is the purpose of reincarnation to animals? As the spirits of coding, the purpose is always the opportunity for advancement.
Excerpted from: The question of the spiritual animals
ALL ANIMALS DESERVE HEAVEN
This was the title chosen by the author and veterinarian Marcel Benedeti for the book recounts the reincarnation of animals, euthanasia, suffering as a form of evolution of these beings, the existence of colonies that take care of the animals in the spiritual and other important issues.
The work was awarded one of the Literary Contest Spiritualist John Castardelli 2003-2004, sponsored by the Foundation Spiritualist André Luiz. This was the first book of the author who specializes in homeopathy for animals and met the spiritual doctrine at the time he was in college, though his mediumship have manifested long before that period. Marcel reports that while working in a bookstore and was preparing to take the exam, on a slow day, went to the bottom of the store study and noticed he was being watched by a man. Decided to ask if you wanted something and he replied that he was finding it interesting to study, then said he wanted to pass the entrance exam for veterinary old man and said not to worry because they would. Also predicted other events that happen.
Then said goodbye saying who would be later. After briefly commented with his coworker who had found that strange man for making future predictions. The colleague said that there was no one entered the bookstore, it was then that he realized that it was a spirit. This later is that you dictate the book.
The theme of the work was so successful it has also become radio program. Our animal brothers airs every Wednesday at 13h in the Good News Network. With the presentation of Ana Gaspar, Maria Tereza Soberanski and Marnel Benedeti.
As the book was written?
I wrote the book in less than a month of consultations during breaks, but the spirit which dictated declined to be identified.
The scenes were emerging at a mental screen while a spirit narrating the episodes. Other times, there was no picture, just the narrative; those moments became more difficult. Although finding the wonderful book, did not believe that any publisher would be interested in the subject. But one day I was listening to the radio when they announced the Good News spiritualist literary contest. I decided to participate and ended up winning the contest 2003-2004 and editing the book published by the Greater World.
What does the book add to the vets and people who have animals?
If people do not have the spiritual vision towards animals, they have feelings and spirit will continue to treat these beings as objects, as was long ago. This wave of awareness is recent.
We enter the issue also eat meat, each one has to realize what he's doing. I eat meat and even stopped to think because he ate, my body refused, I was wrong ... But when I started to remember the descriptions made in the book regarding the slaughterhouse, I feel disgust meat.
As veterinarian and spirit, as analyzes the question of euthanasia?
Human beings have karma, not the animal. The animal is conscious, but much more restricted in relation to the human being. He follows his instincts more.
So how has no karma, euthanasia should be the last resort used, the veterinarian must do everything possible to save him.
If the animal is suffering a lot and there is no other way, the spiritual is not condemned, because it is a learning experience for both the pet and for the owner who needs to make the decision.
The animals reincarnate?
There is a chapter in the book that explains how does the reincarnation of animals. This describes each animal species takes a while to reincarnate, but by having free will is still very restricted, a committee evaluates the tokens of animals and establishes the environment and the species that should be born.
As spiritual knowledge can help the veterinarian in dealing with animals?
The vet, in general, by nature, even not knowing is already spiritualized, because love animals and want to save their lives. When the vet become aware that the animal is not an object but a spiritual being that has intelligence and feeling, changes its point of aims, comes to see the facts in a broader way. Surely if more vets had spiritual knowledge, treatment towards animals would be better.
How is the homeopathy for animals?
In Brazil, homeopathy is still rarely applied in animals because many think it does not work. Only use homeopathy when the pet owner allows, and in more severe cases, homeopathy comes as complementary therapy, because it takes a little longer to bring results and some cases are urgent.
The use of homeopathy is the same both for people and for animals. The only difference is that the animal does not speak, then the owner needs to be a good observer to report the personality of the animal to the veterinarian, and often do not have the information necessary for an accurate diagnosis.
I wonder, for example, if your pet likes hot or cold, summer or winter, the sleeping position, among other questions of gender.
I had the case of a cat with cancer and that the disease was due to the deformed face. As treatment he improved 70%. Just was not better because that cat out and took it back and interrupted treatment.
Also took care of a dog with behavior problem too; aggressive. The animal after 10 days appeared to another much quieter. Also use for floral animals in emotional affairs. If we balance emotional conditions the body wins fight bacteria.
And the next books?
I already have the publishing another book under review which has the title: All animals are our brothers. And I'm writing the third. From the information I received from the spiritual plane, will be six books.
Interview by Erika Silveira
(Extracted from the Journal of Christian spiritualism No. 29, pages 54-59)
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