O MENINO DO VIOLINO - BOY'S VIOLIN

O MENINO DO VIOLINO

Sites da internet rapidamente apresentaram um apurado levantamento da sua vida, sua arte e da sua partida. Assim ficamos sabendo que Diego era um menino feliz, que gostava muito do que fazia. Tinha tido uma vida difícil. Aos 4 anos, teve meningite, agravada por uma pneumonia. Sobreviveu à doença e ao crime que o rodeava, no lugar onde cresceu. Mesmo com a memória comprometida por problemas de saúde enfrentados na infância, destacou-se na Orquestra de Cordas do AfroReggae. Diego do Violino, como se tornou conhecido, foi aplaudido por onde passou.

O seu violino era tocado com a alma.

Esta história, só a conhecemos depois que o seu estado de saúde se agravou e se tornou notícia nos jornais. O sentimento que ele despertou nas pessoas, no entanto, veio antes, na hora em que o vimos chorar enquanto tangia o seu violino em homenagem ao mestre que partia. O que nos tocou o coração foi perceber a sua extrema sensibilidade, seu sentimento puro, cristalino, algo que em sua curta vida, ele dera provas de haver aprendido. E foi essa sensibilidade que encontrou eco no fundo do nosso ser, levando-nos a refletir sobre os sentimentos infantis.

Pestalozzi: o mestre dos sentimentos

Nós, educadores, quase sempre estamos mais preocupados em passar informações e desenvolver o intelecto das nossas crianças do que ajudá-las a trabalhar os seus sentimentos. Muitos chegam até mesmo a afirmar que a educação da afetividade não é tarefa nossa. Ledo engano. O verdadeiro educador está, também, atento para este aspecto. Sabe que é ele, por meio de um trabalho cuidadoso, que nos faz mais humanos.

Trabalhar a sensibilidade é tarefa que exige esforço, dedicação, valendo-se das oportunidades que a vida apresenta. Lembro-me de um relato de Pestalozzi, o grande educador suíço, acerca de uma experiência por ele vivida numa época em que dirigia um internato destinado a abrigar crianças muito pobres da região de Stanz, um vilarejo situado na zona rural do seu país. Ali, com muito amor, tentava compensá-las das privações que passavam, uma vez que a instituição era mantida muito precariamente pelo governo. O fato narrado teve origem em um grande incêndio ocorrido nas redondezas da aldeia, o que levou um grande número de famílias ao desabrigo. Em face dos acontecimentos, reuniu seus meninos, explicando-lhes a situação. Falou-lhes do seu desejo de abrigar cerca de vinte crianças que estariam, naquele momento, sem teto, sem alimentação e sem vestimenta. Como essa medida implicaria em fazer com que as crianças passassem mais dificuldades materiais, decidiu questioná-las a respeito, deixando claro quais seriam as consequências dessa decisão. A resposta positiva que recebeu, tocou fundo a sua emoção. Sim. Elas estavam dispostas a ter que trabalhar mais nas aulas, a comer menos e a dividir suas roupas com as crianças desabrigadas. Tudo por amor.

Aprender pela ação

Este é, sem dúvida, um belo exemplo de como deve ser a educação do sentimento: por meio de ações.Se, portanto, queremos ter filhos sensíveis, precisamos levá-los a vivenciar conscientemente situações nas quais os bons sentimentos possam ser exercitados. Há, no dia a dia, inúmeras situações que se prestam a isso. Basta um olhar a nossa volta para constatarmos as lutas e dificuldades que enfrentam parcelas significativas da nossa população. Seria bom que a criança aprendesse a ver no outro, um igual; um filho de Deus que, por razões que ignoramos, passa por provações. Cabe, sobretudo aos pais, manter suas antenas ligadas para detectar situações que se prestam ao exercício das boas ações, da expressão dos bons sentimentos e da sensibilidade, ajudando seus filhos no desenvolvimento da afetividade.

O menino Diego, tocado pela música, teve algo a dar ao seu mestre naquela despedida. O seu caso ficou para nós como um exemplo a ser seguido. Conforta-nos imaginar que agora, onde se encontra, o som do seu violino enche de encantos e suavidade o seu caminhar.

Publicado no Jornal Correio Espírita

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BOY'S VIOLIN

Web sites quickly showed a keen survey of his life, his art and his departure. Thus we learn that Diego was a happy boy who loved what he did. He had had a difficult life. At age 4, had meningitis, complicated by pneumonia. Survived the disease and crime surrounding him in the place where he grew up. Even with the memory impaired by health problems faced in childhood, stood out in the String Orchestra of AfroReggae. Diego Violin, as it became known, was cheered wherever he went.

His violin was played with soul.

This story, just know that after his health worsened and became news in the newspapers. The feeling he awakened in people, however, came before, when we saw him crying while Tangia his violin in tribute to the departing teacher. What touched my heart was in realizing its extreme sensitivity, his sense pure, crystalline, something that in his short life, he had given evidence of having learned. And it was this sensibility that found an echo in the depths of our being, causing us to reflect on the feelings of children.

Pestalozzi: the master of feelings

We educators are often more concerned with passing information and develop the intellect of our children than help them work their feelings. Many go so far as to state that education of affection is not our task. Ledo mistake. The true teacher is also aware of this aspect. He knows that he is through careful work that makes us more human.

Working sensitivity is a task that requires effort, dedication, taking advantage of the opportunities that life presents. I remember a story of Pestalozzi, the great Swiss educator, about an experience he lived in a time ran a boarding house for the children of the very poor region of Stanz, a village situated in the countryside of his country. There, with much love, trying to compensate for them the hardships that passed since the institution was very poorly maintained by the government. The fact narrated originated in a major fire occurred on the outskirts of the village, prompting a large number of families to homelessness. In light of events, gathered his boys, explaining to them the situation. He told them of his desire to house about twenty children who were, at that time, homeless, without food and clothing. As this measure would be to enable the children to spend more material difficulties, decided to question them about it, making it clear what the consequences of that decision. The positive response we received your emotion touched bottom. Yes They were willing to have to work harder in class, eat less and share their clothes with homeless children. All for love.

Learning through action

This is undoubtedly a fine example of how education should be feeling: through ações.Se therefore we want to have children sensitive, we need to get them to consciously experience situations where the good feelings can be exercised. There, day by day, many situations that lend themselves to that. One look around us only to find the struggles and hardships they face significant portions of our population. It would be good if the child learn to see the other as an equal, a child of God who, for reasons unknown to us, goes through trials. It is above all to parents, keep your antennae to detect situations that lend themselves to the performance of good deeds, the expression of good feelings and sensitivity, helping your children in the development of affectivity.

The boy Diego, played music, had something to give back to his master farewell. His case was to us as an example to be followed. It comforts us now imagine that, where the sound of his violin fills with charm and softness your walk.

Published in the Courier Journal Espírita